Brief

O Papel dos Países Emergentes na Segurança Alimentar Mundial

Abstract

Disponibilidade alimentar, estabilidade e acesso à nutrição adequada são componentes essenciais para o bem-estar e produtividade de todas as pessoas. No entanto, apesar do progresso nos anos 70 e 80, o número de pessoas desnutridas tem aumentado continuamente desde os anos 90 e, mais recentemente, cresceu abruptamente como consequência da crise alimentar e financeira. O estado atual de insegurança alimentar mundial é motivo de sérias preocupações, com o número de pessoas famintas ultrapassando um bilhão, em 2009. Os fatores que ameaçam a segurança alimentar incluem o aumento da população e as mudanças demográficas, preços alimentares altos e voláteis, e restrições e mudanças ambientais. Ao mesmo tempo, o rápido crescimento do poder e tamanho econômico de países emergentes como a China, Índia e Brasil resultou em um ambiente político e econômico mais complexo com um impacto significativo no alcance e manutenção da segurança alimentar mundial: análises recentes sobre os efeitos da crise financeira indicam que os países emergentes e o seu crescimento acima da média ajudaram os países de baixo rendimento a superar os piores efeitos da crise (te Velde, 2010). Além disso, os países emergentes têm o potencial para desempenhar um papel fundamental na redução da insegurança alimentar mundial, não apenas aliviando a fome entre os seus próprios cidadãos, mas também através do crescimento do comércio e ligações financeiras, trocas tecnológicas e de conhecimento entre países emergentes e em desenvolvimento. O objectivo deste trabalho é examinar o papel crescente que os países emergentes como o Brasil, a China e a Índia podem desempenhar no aumento da segurança alimentar mundial.